sábado, 27 de março de 2010

The Pacific e o sucesso da Segunda Guerra


É preciso combinar sensibilidade, bons personagens e muito realismo para pintar um belo retrato de um conflito. Em se tratando da Segunda Guerra Mundial, Steven Spielberg sabe bem como extrair essa lição. A filmografia dele prova a tese.

De maneiras diferentes, mas sempre combinando os três elementos citados no primeiro parágrafo, A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan emocionam e foram justamente premiados.

No entanto, o maior mérito do diretor nesse gênero até hoje é Band of Brothers, série que ele produziu ao lado de Tom Hanks. Os dez episódios sobre a campanha da Easy Company na WW II têm combatentes marcantes e abusam da delicadeza e do cuidado na direção e no roteiro.



2010 pode significar uma mudança, ou acréscimo, nessa ordem. Já em exibição nos Estados Unidos, The Pacific repete a fórmula e já faz sucesso por lá. Desta vez, os cineastas mergulham no Teatro do Pacífico, no embate entre americanos e japoneses (1941-1945). Os capítulos já mostrados são impecáveis e comoventes.

Há uma diferença fundamental entre Band of Brothers e The Pacific, ainda que ambas se baseiem em fatos e pessoas reais.

A primeira série mostra a união entre os membros de uma mesma companhia, que se tornaram tão próximos ao ponto de serem chamados irmãos.

Na segunda não há esse tipo de ligação. Os três protagonistas não são amigos, mas lutam próximos uns aos outros. Existem apenas o coleguismo e a briga pela sobrevivência.

O mais brilhante é constatar que, mesmo desiguais, as duas mini-séries chegam a uma semelhante conclusão: não existem bons ou maus em uma guerra.

A mensagem que Steven e Tom querem nos passar é que, embora envoltos em rixas criadas pelos mais diversos motivos, somos todos iguais. E isso eles conseguem com perfeição.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Saldo Positivo


Deu mesmo Guerra ao Terror sobre Avatar no Oscar 2009. Difícil precisar o significado desta escolha.

Para alguns, um verdadeiro tiro no pé da Academia, que ignorou o maior sucesso cinematográfico já visto, um projeto revolucionário e ousado.

Para outros, o triunfo máximo da sétima arte: até mesmo uma produção menor, de baixo orçamento e pequeno retorno financeiro pode ser eleita a melhor.

Poucas vezes na história recente houve tamanha competição e repercussão na entrega dos Academy Awards. Sinal de alto nível. Guerra ao Terror e Avatar (e também Amor Sem Escalas, Distrito 9, Bastardos Inglórios e Up) fizeram bonito no ano que passou.

Seja você um defensor dos Na’Vi ou dos soldados americanos no Iraque, tenha uma certeza: ganhou o bom cinema.

E Kathryn Bigelow como melhor diretora, a primeira em todos os tempos, só coroa a temporada que acaba agora.