sábado, 29 de novembro de 2008

Murray x Federer < Nadal?


Há quase dois anos torço por Andy Murray. Existe uma explicação lógica para isso: o escocês ganhou títulos importantes nas categorias de base e era apontado como um provável grande tenista quando chegasse ao profissional. Minha torcida era para a promessa se tornar realidade.

Em boa parte do ano agüentei as brincadeiras dos amigos com as derrotas imaturas de Murray. Por muito tempo, ele misturou grandes vitórias, como na estréia do ATP de Dubai sobre Federer, com derrotas inexplicáveis - que o diga Robin Haase, na 1ª rodada em Roterdã.

No saibro foi uma tragédia. Em Wimbledon, teve banca de anfitrião, mas deu azar e enfrentou Nadal nas quartas-de-final.

A maré finalmente virou no segundo semestre, com as conquistas na quadra rápida, a final em Flushing Meadows e a ascensão no ranking mundial.

Mas toda a minha torcida por Murray caiu por terra em Xangai. Se desisti do jogador? Não. Mas naquele duelo contra Federer na última rodada do round robin da Masters Cup não deu. O adversário era o “Leão-da-Montanha” tentando se recuperar.

Não negritei as últimas palavras à toa. Em todos os confrontos anteriores entre Roger e Andy, torci pelo britânico. Na China, apoiei com toda a força o suíço, reflexo da queda dele neste ano.

Vocês pode se perguntar agora se é um texto sobre Murray ou Federer. É um post sobre tênis. O escocês ascendeu em 2008 e acredito que no ano que vem deve brigar pelos principais campeonatos e, quem sabe, pelas cabeças do ranking. Já Federer caiu nesta temporada e, espero, volte a ser o cara em 2009.

Uma lição tirei da sensação vivida no jogo da Masters Cup: simplesmente não dá para não torcer por Federer. A não ser que do outro lado da rede esteja Rafael Nadal.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona

Como explicar o amor? Talvez esse seja o tema mais abordado na história das artes – cinema, teatro, literatura, etc. Que ele é capaz de nos fazer virar a cabeça e tem uma força difícil de explicar, não é novidade – e eu não sou a pessoa que vai falar sobre isso.

Woody Allen gosta disso. O novo trabalho dele, Vicky Cristina Barcelona, não tenta explicar o sentimento, o que o move e tudo mais. Fala sobre escolhas, pessoas, relacionamentos e é perfeito para mostrar como o amor (ou a paixão), tão presentes nisso tudo, podem mudar a vida de alguém.

Vicky tem tudo o que pediu a Deus: o noivo desejado, uma casa em Manhattan, a pós-graduação dos sonhos, até encontrar Juan... E como uma noite muda a cabeça da garota. Trocar tudo o que sempre quis por uma aventura? Ela não tem coragem. Viverá então “presa” num casamento infeliz? Outro dilema. E se a tal noite nunca existisse, o que seria da vida dela?

A covardia de Vicky não existe em Cristina. Aventureira, liberal, “porra louca” mesmo. Experimenta de tudo e com todos, mas não encontra estabilidade com ninguém nem em lugar nenhum. Com Juan, como será? O que falta à garota dos olhos azuis (ou seriam verdes)?

E Juan e Maria Elena? Feitos um para o outro, mas não conseguem ficar juntos. Simplesmente algo os atrapalha. Talvez só o amor não seja suficiente. É preciso algo mais...

Essas situações acontecem diariamente em vários cantos do mundo. Mudam-se apenas os nomes dos protagonistas. Woody Allen as pincela em VCB, com seu habitual ritmo frenético, pitadas de humor (nem tantas), cores e música fortes. O resultado é bem legal.

Vicky Cristina Barcelona não é melhor que Match Point – acredito que as comparações com o último grande trabalho de Allen vão aparecer apesar de uma obra não ter absolutamente nada a ver com a outra. Mas vale uma ida ao cinema. Se você não quer saber de amor, decisões, sentimentos e não gosta do diretor de Nova York, vá mesmo assim, ainda que “apenas” para ver Penélope Cruz e Scarlett Johansson.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Dez

No começo eu era reticente. Mas tinha motivos para ser, afinal de contas, ele era o grande atacante da base. Com o tempo, o pé atrás foi sumindo, a desconfiança deu lugar à empolgação, até surgir o encanto.

Renan Oliveira é sim um camisa 10. Rápido, habilidoso, criativo. Eu sei, ainda tem, sim, muito o que o evoluir. Também pudera, o garoto tem apenas 18 anos – o que me deixa ainda mais perplexo.

Se alguém ainda duvida do potencial, que veja o tape de Galo x Vasco. Não, não vá ao belíssimo gol marcado pelo menino de Itabira. Assista os lançamentos, de preferência os longos, da marca do meio campo, para Pedro Paulo no ataque. Veja as tabelas e os toques rápidos. Vai entender o que estou dizendo.

sábado, 8 de novembro de 2008

U$ 992 milhões and counting...

Os passos estão, agora, menores. O ritmo é mais lento. Mesmo assim, Batman – O Cavaleiro das Trevas, se aproxima cada vez mais da marca de U$ 1 bilhão de dólares arrecadados nas bilheterias do mundo todo. Depois do último fim de semana, o filme da Warner chegou aos U$992 milhões abocanhados somente nos cinemas.

Se o feito for alcançado, será o quarto longa-metragem a ultrapassar a barreira do bilhão. À frente do herói mascarado estão Titanic (U$1,842 bilhão), O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (U$1,119 bilhão) e Piratas do Caribe – O Baú da Morte (U$1,066 bilhão).

Esse amplo retorno financeiro assusta. Ninguém esperava que o segundo capítulo da franquia de Christopher Nolan fosse fazer tanto barulho. Os antecedentes eram bons: Batman Beggins ganhou U$ 371 milhões no mundo todo, foi bem nas críticas, ressuscitou o Morcegão-Malvadão. Mesmo assim, a bilheteria do “episódio II” surpreende.



Alegria dos estúdios sim, mas não só da Warner. O fenômeno de Batman não é um caso isolado. Se investigarmos os últimos anos em Hollywood, veremos diversos protagonistas grandiosos tomarem as bilheterias. Também neste ano, o velho Indiana Jones voltou à vida em O Reino da Caveira de Cristal e ganhou U$ 783 milhões. Homem-Aranha, X-Men, Homem-de-Ferro e Harry Potter seguem a mesma linha, escancarando uma forte e atual tendência: investir em grandes personagens.

Talvez seja presunção demais dizer isso, mas já é possível perceber que foi-se o tempo em que os atores seguravam o filme, eram os responsáveis por levar o público ao cinema – algo visto, por exemplo em Titanic, com a “dicapriomania”. Ao que tudo indica, hoje a moçada quer ver histórias e personagens impactantes nas telonas – e a prova maior disso foram os fracassos recentes de Tom Cruise, Adam Sandler e Mike Myers diante do sucesso dos heróis.

Para concluir a tese, voltemos ao Cavaleiro das Trevas. U$ 992 milhões arrecadados no mundo todo. Custo de produção: U$ 185 mi. No liso, lucro imediato de U$ 807 milhões. E ainda virão os DVDs, os DVDs especiais, os produtos licenciados, os direitos para a TV... Diante disso, alguém ainda se pergunta por que investem cada vez mais nesses caras?
PS: Não acredito que The Dark Knight atinja U$ 1 bilhão, mas isso não altera em nada o fato do filme ser o maior sucesso do ano.