domingo, 2 de outubro de 2011

O Sol é para (quase) Todos


Acabou a festa. Depois de cinco meses, a temporada cinematográfica do verão americano finalmente terminou. 2011 foi marcado por 18 grandes estreias, de verdadeiros blockbusters a produções quase experimentais. É com agradável surpresa que confesso: o saldo foi bastante positivo. Hora do tradicional resumão.

Thor
- Quando estreou no Brasil: 29 de abril
- Quanto custou: U$ 150 milhões
- Bilheteria: U$ 448 milhões
Ninguém esperava muito, mas Kenneth Branagh é Kenneth Branagh. O diretor construiu um arco dramático interessante e já garantiu uma sequência para 2013.

Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas
- Quando estreou: 20 de maio
- Quanto custou: U$ 250 milhões
- Bilheteria: U$ 1,039 bilhão
É melhor que o último capítulo da trilogia original, embora fique distante dos dois primeiros filmes da saga. Mesmo repleto de absurdos, funciona. A Disney ainda aproveitou o lançamento em 3D para alavancar mais uma bilheteria bilionária.

Se Beber, Não Case! Parte II
- Quando estreou: 27 de maio
- Quanto custou: U$ 80 milhões
- Bilheteria: U$ 581 milhões
Se Beber, Não Case! Parte II é até divertido. No entanto, a falta de criatividade atrapalha. A sensação é de que poderia ter sido melhor.

X-Men: Primeira Classe
- Quando estreou: 3 de junho
- Quanto custou: U$ 160 milhões
- Bilheteria: U$ 352 milhões
Um dos melhores do verão! Na prática, o grande sucesso da temporada, já que a expectativa era muito baixa e Matthew Vaughn entregou um filmaço. A bilheteria só não foi maior porque o capítulo anterior da série quase a matou (X-Men Origens: Wolverine).

Kung Fu Panda 2
- Quando estreou: 10 de junho
- Quanto custou: U$ 150 milhões
- Bilheteria: U$ 661 milhões
Mais do mesmo. Kung Fu Panda 2 segue à risca a já batida fórmula da DreamWorks de fazer animações. Legal e pouco ambicioso.

Meia-Noite em Paris
- Quando estreou: 17 de junho
- Quanto custou: U$ 30 milhões
- Bilheteria: U$ 107 milhões
Divertido, bem escrito e com uma ótima montagem, é o melhor longa de Woody Allen desde Match Point. É bom ficar de olho: pode pintar em algumas premiações.

Carros 2
- Quando estreou: 23 de junho
- Quanto custou: U$ 200 milhões
- Bilheteria: U$ 550 milhões
Considerado por muitos o primeiro fracasso da Pixar, Carros 2 precisa ser analisado com cuidado. De fato, fica longe dos outros projetos da produtora. Porém, não é ruim. Parece uma animação da DreamWorks ou da Fox.

Transformers: O Lado Oculto da Lua
- Quando estreou: 29 de junho
- Quanto custou: U$ 195 milhões
- Bilheteria: U$ 1,1 bilhão
Dói ver que Transformers 3 arrecadou U$ 1 bilhão nas bilheterias. A DreamWorks apostou no lançamento em 3D para fazer mais dinheiro e agora sorri. A produção é uma verdadeira bomba: incoerente, arrastada e absolutamente lamentável.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2
- Quando estreou: 15 de julho
- Quanto custou: O valor não foi divulgado pela Warner
- Bilheteria: U$ 1,3 bilhão
Não dá pra ignorar o crescimento da série com o passar dos anos. Relíquias da Morte: Parte 2 é sombrio, tenso, violento e tem uma ótima conclusão. A Warner vai tentar emplacar uma indicação ao Oscar de melhor filme.

Capitão América: O Primeiro Vingador
- Quando estreou: 29 de julho
- Quanto custou: U$ 140 milhões
- Bilheteria: U$ 360 milhões
Outra boa surpresa. Joe Johnston, quem diria, humanizou o herói mais odiado do mundo e fez um bom trabalho.

A Árvore da Vida
- Quando estreou: 12 de agosto
- Quanto custou: U$ 32 milhões
- Bilheteria: U$ 54 milhões
Ouvi em algum lugar que A Árvore da Vida é o filme experimental mais caro da história do cinema. Terrence Malick realmente viaja muito, mas sem perder o sentido. Vale a pena assistir.


Super 8
- Quando estreou: 12 de agosto
- Quanto custou: U$ 50 milhões
- Bilheteria: U$ 258 milhões
O melhor do verão! É a essência do cinema, despertando sensações e sentimentos, mexendo com o espectador. Tem drama, suspense, medo e emoção. De quebra, é recheado de referências.

Planeta dos Macacos: A Origem
- Quando estreou: 26 de agosto
- Quanto custou: U$ 93 milhões
- Bilheteria: U$ 409 milhões
Belo trabalho. Planeta dos Macacos: A Origem dá nova vida à saga no cinema. O velho dilema sobre humanidade foi bem resgatado e Andy Serkis continua provando que é um dos maiores atores da atualidade.

Cowboys & Aliens
- Quando estreou: 9 de setembro
- Quanto custou: U$ 163 milhões
- Bilheteria: U$ 165 milhões
Interessante, ágil e tem Olivia Wilde. Só faltou um pouquinho mais de bang bang. A bilheteria fraca tem explicação. Cowboys & Aliens foi lançado nos Estados Unidos na esteira de “Harry Potter”. Assim fica difícil.

Não vi e provavelmente não vou assistir Lanterna Verde, Missão Madrinha de Casamento, Os Smurfs e Amizade Colorida. Portanto, minha análise fica por aqui. Vem ai a melhor parte do ano, a temporada das premiações. Chega logo, novembro.

domingo, 12 de junho de 2011

Na Mosca


Matthew Vaughn acertou a mão. O diretor de Kick Ass recebeu da Fox a chance da vida dele e não a desperdiçou. Respeitando bastante a série original, transformou X-Men: Primeira Classe em um dos melhores filmes da saga dos mutantes. De quebra, fez do longa-metragem um dos favoritos ao posto de mais bem-sucedido do verão americano.

A curta carreira do cineasta de Londres, que tem apenas 40 anos, decolou em 2010 com Kick Ass. Sucesso inesperado, a história do nerd que resolve virar um super-herói conquistou público e crítica – a continuação já está confirmada, ainda sem data para estrear. Na esteira desse breakthrough, o inglês foi convidado para retomar a trajetória dos X-Men nos cinemas.

Difícil imaginar resultado melhor. As dúvidas de Mística, a dor de Hank McCoy, a amizade de Xavier e Magneto, bonita e sincera, apesar das diferenças... Cada passo dado pelos personagens em Primeira Classe ajuda a explicar o perfil mostrado na trilogia original. Mais importante ainda: Vaughn volta a abordar com sutileza o preconceito, lastro dos heróis nos quadrinhos, levado à sétima arte com sensibilidade por Bryan Singer e Brett Ratner nos três primeiros filmes (e detonado por Gavin Hood no fraco X-Men Origens: Wolverine).

A temporada do verão cinematográfico nos Estados Unidos ainda está no começo, mas já dá pra cravar: não vai ser fácil superar Primeira Classe. Os concorrentes Thor, Piratas do Caribe 4 e Se Beber, Não Case! 2 ficaram pra trás – são bons, é verdade, porém pequenos quando comparados ao subtexto contemporâneo dos X-Men. A bola está com Harry Potter 7.2 e Super 8. Façam suas apostas.

sábado, 23 de abril de 2011

Onde os Fracos Não Têm Vez


Spike Lee levantou, gritou, reclamou. Presença costumeira nos jogos do New York Knicks, o cineasta não perdeu a primeira partida de playoff da NBA no Madison Square Garden desde 2004. Com Carmelo Anthony e Amare Stoudemire, Nova Iorque finalmente tinha uma chance na pós-temporada da liga americana. Tinha. Só faltou avisar o Boston Celtics.

“O Knicks não foi páreo para eles”, resumiu em tom resignado o jornal The New York Times. Sólido e eficiente, Boston atropelou: 113 a 96. Se nos dois primeiros encontros da série NY chegou perto da vitória, ontem, quando tinha tudo para equilibrar o confronto, viu o alviverde de Massachusetts mostrar porque é o maior campeão da história do basquete ianque. Com 3 a 0 no mata-mata, o Celtics só precisa ganhar mais um duelo para chegar à semifinal da Conferência Leste.

A 2000 km da Big Apple, Nova Orleans assistia a uma história parecida. O New Orleans Hornets até batera o atual bicampeão Los Angeles Lakers fora de casa no primeiro capítulo do embate, porém perdera no segundo e, com a torcida a favor, jogava para voltar à liderança da disputa. No entanto, na hora de decidir, LA não deu a menor chance para o rival.

Na terra do Jazz, Kobe Bryant anotou 30 pontos e o garrafão do Lakers arrasou o Hornets. Com 17 tentos de Pau Gasol e outros 14 de Andrew Bynum, o “trabalho sujo” da equipe amarela foi impecável. “Foi demais para New Orleans”, lamentou a imprensa local. Placar final: 100 a 86 e 2 a 1 para os comandados de Phil Jackson no melhor-de-sete.

Boston e Los Angeles mostraram o que deles se esperava: no momento certo, iriam crescer. Não à toa, são os dois gigantes da NBA – 17 taças para o Celtics, 16 para o Lakers. Podem até cair diante de Chicago Bulls, San Antonio Spurs ou Miami Heat, mas sem desfalques são os grandes favoritos ao título, mais uma vez. Pobre Spike Lee.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Impressionante


Quando batia bola aos oito anos de idade em Belgrado, então capital da Iugoslávia, o jovem Novak Djokovic sonhava que era o grande campeão de Wimbledon. Elegante no jogo e no uniforme, ele dominava os rivais na grama londrina e levantava a taça na lendária Quadra Central do All-England Club. Aquele menino já queria conquistar o mundo do tênis, mas nem de perto imaginava até onde iria chegar.

24 vitórias em 24 partidas. De tão imponente, a marca estabelecida por Nole em 2011 assusta. O sérvio foi campeão no Aberto da Austrália, no ATP 500 de Dubai e nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami. Desde 1986, um ano antes dele nascer, ninguém tinha um começo de temporada tão arrasador. Naquela época, Ivan Lendl ganhou os primeiros 25 confrontos que fez.

Os números impactantes são a maior conseqüência da ótima fase vivida pelo tenista. Há quase doze meses, depois de perder de maneira frustrante nos Masters dos Estados Unidos, Djoko foi considerado carta fora do baralho. Pra muita gente, tinha rendido tudo o que podia. Sem tempo para sentimentalismo, ele demitiu o técnico Todd Martin e ficou apenas com Marian Vajda, que o acompanha desde muito jovem.

A dupla começou a trabalhar duro e os resultados apareceram. Novak fez um ótimo segundo semestre em 2010, fechando o ano com o triunfo na Copa Davis em casa em uma final espetacular contra a França. Com a confiança em alta, ele mudou. Praticamente todos os golpes do atleta melhoraram. O forehand tornou-se uma verdadeira patada. O backhand é agora uma arma letal, especialmente o chapado na paralela. O serviço evoluiu e as curtinhas ganharam inteligência. Nessa toada, Djokovic cresceu e venceu. Com todo merecimento, é hoje o melhor jogador do mundo. Lembram dos números? Comprovam essa ascensão.

A pergunta do momento é se o sérvio será capaz de alcançar a liderança do ranking da ATP. Segundo colocado na lista, ele precisa derrubar Rafael Nadal no saibro europeu para chegar lá. Se bater o espanhol na terra batida, terá superado todas as barreiras e poderá acreditar no título em Wimbledon – o Slam inglês é realizado logo depois de Roland Garros. Nada mal para quem já achou que essa chance não passava de um sonho de criança.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mais uma lição


Confesso: quando Kathryn Bigelow anunciou o Oscar de melhor diretor para Tom Hooper, bateu uma sensação de tristeza. Nada contra o homem responsável por O Discurso do Rei nem objeção nenhuma ao longa-metragem dele. O problema era a derrota de David Fincher. Apesar dos exageros dos alternativos de plantão, Finchy é um ótimo cineasta, foi muito competente em A Rede Social e merecia aquela estatueta.

O insucesso de Fincher foi a única surpresa verdadeira preparada pela Academia. A previsibilidade desta temporada lembrou 2008, quando Quem Quer Ser um Milionário? limpou a festa sem deixar sobras pra ninguém. Azar dos interessados em uma noite de emoção. Sorte dos fiéis apostadores dos bolões - o oráculo de Ana Maria Bahiana no UOL Cinema adivinhou 20 vencedores!

Já era previsto que O Discurso do Rei ficaria com o prêmio de filme do ano e seria reconhecido entre os roteiros originais, subjugando Christopher Nolan em A Origem. O triunfo de Tom Hooper sobre David Fincher entre os diretores consolidou a vitória da produção britânica, que ainda viu Colin Firth ganhar entre os atores (com todo mérito do mundo) e, desta forma, levou a melhor nas quatro categorias de maior prestígio.

Não faço coro com a oposição a O Discurso do Rei. Pelo contrário, gostei da biografia de George VI, correta em todos os aspectos, focada em um protagonista traumatizado obrigado a superar seus problemas e com um final clássico, edificante. É um belo trabalho, a cara do Oscar. Nesse sentido, nada mais correto do que ser eleito o grande filme de 2010. Concorrentes como A Origem e Cisne Negro eram sim mais corajosos, inteligentes, desafiadores e, por que não?, geniais. No entanto, como eram cartas fora do baralho e o monarca inglês brigava contra A Rede Social, a vitória dele é aceitável.

A Rede Social merece uma análise particular. David Fincher e a Focus Features acertaram a mão, mas todo o projeto parece pequeno quando comparado aos adversários do último domingo. Se deveria ficar com uma estatueta, era roteiro adaptado (ufa!). O manuscrito, focado no diálogo, é brilhante. Quem já tentou escrever um script sabe como é duro costurar as falas. Ponto para Aaron Sorkin.



Também vale ressaltar a justa premiação de Natalie Portman, Christian Bale e Melissa Leo nas categorias de atuação. Ao lado de Colin Firth, eles fizeram um quarteto digno, de altíssimo nível. Não por acaso, ganharam tudo, dos Globos de Ouro ao Academy Award.

No fim das contas, é inevitável não pensar que a Academia poderia ser um pouco mais ousada e valorizar realizações como A Origem e Cisne Negro, enxergar nomes como Christopher Nolan e Darren Aronofsky. Entretanto, essa lição nos é ensinada anualmente e nós gostamos de ser reprovados. O Oscar é pragmático e conservador. Tudo indica que esse perfil não vai mudar. E convenhamos, ele vale muito mesmo assim, não é?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Galo 2011


A cena se repetiu várias vezes. O torcedor do Atlético comparecia à Arena do Jacaré, apoiava durante a partida e quando sentia a necessidade de mudança na equipe, olhava para o banco de reservas e fazia cara feia. Com um elenco raso em 2010, o Galo sofreu no Brasileirão, mas sobreviveu. Para 2011, esse problema parece ter sido resolvido.

Desde o último mês de dezembro, a diretoria adotou um discurso correto sobre a obrigação de qualificar o plantel para disputar títulos no ano novo. Culpa do grupo pouco confiável montado por Vanderlei Luxemburgo na temporada passada. Quando não podia contar com Zé Luís ou Serginho, o clube tinha que recorrer a Alê, Fabiano ou Méndez. Na defesa, Rafael Cruz, Diego Macedo, Cáceres, Campos e Fernandinho foram verdadeiros fracassos. Para piorar, as seguidas lesões de Diego Tardelli, Daniel Carvalho e Ricardinho atrapalharam ainda mais. Diante disso, fica difícil não dizer que os cartolas atleticanos fizeram a coisa certa.

Com um moral altíssimo conquistado dentro de campo, Dorival Júnior dispensou alguns atletas e recebeu reforços pontuais, escolhidos a dedo pelo técnico em parceria com o diretor de futebol Eduardo Maluf e o presidente Alexandre Kalil. Para o gol, chegaram Giovanni e Lee. Na defesa, as contratações foram o lateral-direito Patric e o zagueiro Leonardo Silva. Richarlyson e Toró são as caras novas do meio-campo. No setor ofensivo, quatro novidades: Mancini, Jóbson, Magno Alves e Wesley.

É verdade que algumas negociações inspiram mais dúvidas que certezas. Jóbson pode ser punido pelo CAS por uso de cocaína e, desta forma, ser suspenso por até dois anos. Mancini não joga em alto nível há duas temporadas. Patric e Wesley fizeram ótimos Campeonatos Brasileiros por Avaí e Prudente respectivamente, porém são apostas da comissão técnica. Mesmo assim, seria uma tremenda ignorância não reconhecer que o Atlético melhorou.

Pela primeira vez, Dorival Júnior terá a chance de armar pelo menos três formações diferentes para o time. Fã do 4-3-3, o treinador deve começar o Campeonato Mineiro nesse esquema, com Réver e Leonardo Silva na zaga, Richarlyson, Serginho e Renan Oliveira no meio e um ataque rápido sustentado por Jóbson, Diego Tardelli e Ricardo Bueno (substituto de Obina). O 4-4-2 deve ser a carta na manga do comandante, em três versões: uma de velocidade, outra de toque de bola e uma mais pegada, com um trio de volantes.



O Galo 2011 está longe de ser uma Seleção. Entretanto, já é, no papel, o mais forte desde 2001, quando tinha Guilherme, Marques, Valdo, Ramón, Lincoln, Gilberto Silva, Djair, Cleisson, Felipe e Velloso. Apesar destas estrelas, aquele alvinegro foi vice-campeão estadual e caiu na semifinal do Brasileiro. Fica a torcida para que neste ano o desfecho seja mais feliz. Dá pra acreditar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quase nada mudou


- Deve haver uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé - brincou Michael Douglas no ato final do Globo de Ouro. Aos 64 anos, ele acaba de superar um câncer na garganta. Antes de anunciar a vitória de A Rede Social como melhor drama, foi saudado pelo público.

A piada do ator explica bem o impacto da cerimônia da noite passada na temporada de prêmios. Assim como Douglas, o filme de David Fincher certamente gostaria de encontrar um caminho menos penoso para chegar ao topo, neste caso, o Oscar. Ganhar nos Globos é ótimo, mas acrescenta muito pouco na corrida pela Academia.

A explicação é curta: nos últimos anos, os Golden Globes se distanciaram bastante dos Academy Awards. De 2005 pra cá, apenas uma vez o mesmo longa unificou as estatuetas - Quem Quer Ser um Milionário?, em 2008. Os Globos já foram considerados um termômetro do Oscar. Agora, soam como uma premiação pop, recheada de estrelas, com uma identidade cada vez mais particular.

Desta forma, ainda não dá pra cravar A Rede Social como o grande favorito à vitória no Kodak Theater. O Discurso do Rei é forte e O Vencedor tem potencial para crescer. Com o triunfo no Globo de Ouro, David Fincher e companhia andaram mais um pouco em direção à glória mais alta do mundo cinematográfico. Para sofrer menos até lá, eles ainda precisam passar pelo teste do PGA, Producers Guild of America, a verdeira prévia do que vai acontecer na noite de 27 de fevereiro.

Michael Douglas estava certo. Há uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé.