Mostrando postagens com marcador Globo de Ouro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Globo de Ouro. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Favas Contadas


Só mesmo uma reviravolta histórica pode estragar a festa de O Artista no Oscar 2012. A produção franco-americana, muda e filmada em preto e branco, destaque no Festival de Cannes, coroada no Globo de Ouro, venceu os prêmios dos sindicatos dos produtores e diretores e pavimentou o caminho para a estatueta dourada.

Não perca as contas. Até o momento, O Artista já conquistou cinco importantes troféus de filme do ano: BAFTA, Critic's Choice, National Board of Review, Globo de Ouro e Producers Guild Awards. Além disso, foi eleito o longa de 2011 por nada menos que seis associações de críticos, incluindo Nova York, Boston e Londres. O diretor Michel Hazanavicius ganhou o Directors Guild Awards. Melhor ator em Cannes, no Globo de Ouro e no Screen Actors Guild Awards, Jean Dujardin também está em evidência. Retrospecto arrasador, que lembra Quem Quer Ser um Milionário?, soberano em 2008.

O favoritismo aumenta diante do currículo dos principais adversários, Os Descendentes e A Invenção de Hugo Cabret. O primeiro, obra-prima de Alexander Payne, venceu o Globo de Ouro de melhor drama. O segundo, incursão de Martin Scorsese no cinema infantil, levou o Globo de direção. No entanto, as duas películas pararam em O Artista no PGA e no DGA. E como os sindicatos de produtores e diretores costumam ditar o rumo do Oscar, fica difícil não imaginar o sucesso de Hazanavicius e companhia no dia 26 de fevereiro.

Até hoje, apenas uma produção muda conquistou o Oscar de melhor filme, Asas, na primeira edição dos Academy Awards, em 1929. O Artista tem a chance de acabar com um jejum que já dura 83 anos. Enquanto isso, Os Descendentes e A Invenção de Hugo Cabret tentam findar outro paradigma: derrubar um concorrente que ganhou todos os prêmios antes da cerimônia da Academia. A essa altura do campeonato, o primeiro tabu parece muito mais próximo do fim.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quase nada mudou


- Deve haver uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé - brincou Michael Douglas no ato final do Globo de Ouro. Aos 64 anos, ele acaba de superar um câncer na garganta. Antes de anunciar a vitória de A Rede Social como melhor drama, foi saudado pelo público.

A piada do ator explica bem o impacto da cerimônia da noite passada na temporada de prêmios. Assim como Douglas, o filme de David Fincher certamente gostaria de encontrar um caminho menos penoso para chegar ao topo, neste caso, o Oscar. Ganhar nos Globos é ótimo, mas acrescenta muito pouco na corrida pela Academia.

A explicação é curta: nos últimos anos, os Golden Globes se distanciaram bastante dos Academy Awards. De 2005 pra cá, apenas uma vez o mesmo longa unificou as estatuetas - Quem Quer Ser um Milionário?, em 2008. Os Globos já foram considerados um termômetro do Oscar. Agora, soam como uma premiação pop, recheada de estrelas, com uma identidade cada vez mais particular.

Desta forma, ainda não dá pra cravar A Rede Social como o grande favorito à vitória no Kodak Theater. O Discurso do Rei é forte e O Vencedor tem potencial para crescer. Com o triunfo no Globo de Ouro, David Fincher e companhia andaram mais um pouco em direção à glória mais alta do mundo cinematográfico. Para sofrer menos até lá, eles ainda precisam passar pelo teste do PGA, Producers Guild of America, a verdeira prévia do que vai acontecer na noite de 27 de fevereiro.

Michael Douglas estava certo. Há uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé.