sábado, 26 de junho de 2010

Ah, Itália!


Parta, oh noite/ Esvaneçam, estrelas/ Ao amanhecer eu vencerei/ Vencerei!/ Vencerei!

A letra é da canção Nessun Dorma, clímax de Turadont, ópera de Giacomo Puccini, mas pode ser aplicada ao futebol italiano. Depois do título mundial em 2006, a bola jogada no país murchou. O resultado patético nesta Copa, portanto, não é novidade nenhuma.

O ciclo da tetracampeã começou há quatro anos com Roberto Donadoni. O treinador, pouco experiente, teve a missão de renovar o plantel. Levou algum sufoco, mas pôs o time na Euro 2008. Resultado: goleada para a Holanda na primeira fase, segunda posição no grupo e queda nas quartas-de-final diante a Espanha.

Depois do fracasso continental, Marcelo Lippi foi chamado para apagar o incêndio e até tentou manter o processo de mudança. No entanto, confiou nos valores de sempre: Cannavaro, Zambrotta, Grosso, Gattuso, Camoranesi e mais alguns atletas que brilharam na Alemanha, mas estão no crepúsculo de suas carreiras.

A incapacidade de rejuvenescer a seleção é diretamente ligada à falta de jogadores nascidos na Itália nos principais clubes do país. A Internazionale venceu a última Liga dos Campeões, mas só tinha quatro italianos no seu elenco principal e nenhum deles era titular (Toldo, Materazzi, Santon e Balotelli). Milan e Roma mais parecem um asilo. A Juventus revelou nos últimos anos uma nova safra, que se espalhou por clubes menores e ainda não despontou.

Com esse histórico recente, o fracasso da Azurra na África do Sul já era esperado. Os dirigentes precisam, agora, preocupar-se em arrumar a casa. Os erros servem como um guia para um futuro melhor. O Brasil passou por uma situação parecida. Foi eliminado na primeira fase da Copa de 1966 com uma equipe que misturava veteranos dos mundiais anteriores e jovens sem experiência alguma. A CBD trabalhou bem e em 1970 trouxe a Jules Rimet para a América do Sul novamente.

Como narra a composição de Puccini, a noite vai partir. A escuridão italiana vai passar e virá em seguida um novo amanhecer. Só resta saber quando.

Para os interessados, deixo abaixo a belíssima Nessun Dorma.


5 comentários:

Felipinho disse...

Ficar atrás da Nooova Zelaaaandia é lastimável !!
ahhhhh itália !!
o brasil é logo aqui !!

Ivan disse...

como eu estava comentando outro dia com o osso, acho que seria o caso dos europeus (Itália, Inglaterra, França) começarem a rever suas políticas de jogadores estrangeiros. talvez impôr um limite como é o caso do Brasil. senão, essa situação só vai piorar com o apssar dos anos, os times europeus só catando os bons jogadores que surgem em outros continentes.

Pedro P disse...

A diferença desta Itália para o Brasil de 66 é que não há os jovens sem experiência. O mais novo jogador da Itália deve ter uns 27 anos.

Pedro P disse...

Ivan, se o problema é a falta de proibições, como é que tu explica a Espanha, que tem times milionários que contratam quem quiserem, mas mesmo assim são cheios de espanhóis no elenco e bons espanhóis na seleção? (Ou na Espanha há proibições?)

Guilherme Abreu disse...

creio que este será o problema da inglaterra daqui uns anos, lá inda é pior, por que os times grandes contrataram jogadores de fora até pras catagorias de base...