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Em 2007, figurinhas carimbadas levaram a melhor.
Em 2008, em um dos maiores feitos dos 82 anos de história da festa, venceu um filme ''pobre", independente, rodado na Índia com equipe britânica.
No ano passado, foi a vez de uma mulher e sua análise sobre a guerra sorrirem.
Muitos podem reclamar, mas poucas premiações são tão importantes quanto o Oscar.
Os indies vão dizer que trata-se, na verdade, de uma eleição e, pior ainda, com cartas marcadas. Para eles, Cannes é mais justo. Ignoram, no entanto, que na Riviera Francesa o clubinho é muito mais restrito e, portanto, antidemocrático.
Prova maior da força dos Academy Awards é o burburinho de agosto. A seis meses da entrega da estatueta, já existem comentários sobre os possíveis concorrentes.
Me juntei ao movimento e listei abaixo os candidatos prévios. Engraçado vai ser notar em fevereiro de 2011 como essa relação pode mudar.
ANOTHER YEAR - Dirigido por Mike Leigh (
Simplesmente Feliz), segue a vida de um casal de meia idade com seus amigos. É o maior candidato a dramalhão do ano, no melhor estilo
As Horas. Pode arrancar indicações para filme, diretor, roteiro e atores (Jim Broadbent e Imelda Staunton).
THE FIGHTER - Pode aparecer como o bom filme do ano. Biografia do boxeador Micky Ward, é dirigido por David O. Russel, o homem por trás de
Três Reis. No elenco estão Mark Wahlberg, Christian Bale e Amy Adams. A Paramount vai lançá-lo no dia 10 de dezembro, logo...
BLACK SWAN - Darren Aronofsky foi muito elogiado com
Réquiem para um Sonho e quase chegou lá em 2008 com
O Lutador. Agora, está fortíssimo com este
Black Swan. O longa narra a rivalidade entre uma veterana dançarina de balé e sua maior concorrente. Tem Natalie Portman no comando e já faz barulho desde o ano passado. Será que vai?
NEVER LET ME GO - Pode ser o britânico de sucesso de 2010. Dirigido por Mark Romanek (ironicamente, americano de Chicago), mostra o passado e o presente de três jovens educados em um internato especial na Inglaterra. À frente do cast, Keira Knightley e Carey Mulligan. Precisa de mais alguma coisa?
THE SOCIAL NETWORK - Eu discordo, mas David Fincher ganhou muitos pontos com
O Curioso Caso de Benjamin Button. Agora, o cineasta lança a história dos fundadores do Facebook e os problemas que eles enfrentaram para fazer o portal funcionar. Há uma expectativa enorme nos Estados Unidos. Para mim, nada demais.
THE TREE OF LIFE - Esse sim, parece ter sido feito para receber prêmios. Diretor renomado (Terrence Malick, de
Além da Linha Vermelha), Brad Pitt e Sean Penn. O roteiro é sobre uma família que perde a inocência na década de 50. E ainda tem esse título. Não duvido dessa árvore não.
SOMEWHERE - Sophia Coppola ressurge com um drama sobre um ator "porra louca" de Hollywood que repensa sua vida ao receber a visita da filha de 11 anos. É amigo, Alemanha é Alemanha.
JACK GOES BOATING - Estreia de Phillip Seymour Hoffman na direção. A trama gira em torno da vida de dois casais trabalhadores de Nova York. Pode ser a surpresa do ano.
HEREAFTER - Clint Eastwood. Desta vez, o astro mostra três pessoas tocadas de forma diferente pela morte. Peter Morgan escreve e Matt Damon puxa a fila dos atores. Como lança um filme por ano, Clint acabou se banalizando um pouco, à lá Woody Allen. No entanto, o diretor é tão acima da média que não pode ser desprezado jamais.
YOU WILL MEET A TALL DARK STRANGER - E já que falamos de Woody Allen, aqui está ele. Desta vez, a estrela hiperativa fez uma salada com vários casais em Londres. Antonio Banderas, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Freida Pinto e Naomi Watts estão no meio da confusão. O lançamento nos Estados Unidos será no fim de setembro, mas já existem rumores sobre uma boa campanha para a temporada das premiações.
A ORIGEM (INCEPTION) - Christopher Nolan já bateu na trave duas vezes, com
Amnésia e
O Cavaleiro das Trevas. Essa pode ser a vez do jovem cineasta.
A ORIGEM foi elogiado mundo afora, mas pode ser moderno demais para os padrões da Academia.
TOY STORY 3 - Sucesso de público e crítica, com certeza será indicado a melhor filme de animação. Para chegar à categoria principal, vai precisar contar com uma boa campanha e com o fracasso de alguns concorrentes. Acho que chega lá.
Não custa lembrar que ainda falta muito tempo para o começo da briga. Ou seja, nada disso é certeza.
Por enquanto, a torcida é só uma: que o nível de 2010 seja superior ao de 2009 e 2008.
Citando
O Poderoso Chefão, nos dois últimos anos, o raio me acertou poucas vezes.