sábado, 28 de agosto de 2010

Até onde ele vai?


Você deve se lembrar do final de O Cavaleiro das Trevas. O monólogo avassalador do Comissário Gordon, delicadamente coberto por imagens escolhidas a dedo, construiu uma das cenas mais marcantes do cinema nos últimos anos.

O sucesso do homem-morcego ratificou Christopher Nolan como um dos maiores diretores de Hollywood na atualidade. Méritos não faltaram para isso. Da cabeça dele saíram Amnésia, Insônia, Batman Begins, O Grande Truque e a segunda aventura do herói mascarado.

Desta forma, era natural que a expectativa para A Origem fosse das maiores. O decantado Nolan, reconhecido como um homem criativo, escreveu um roteiro original, reuniu sua competente trupe novamente (o montador Lee Smith, o fotógrafo Wally Pfister, o compositor Hanz Zimmer) e contratou um elenco de primeira.

Como poucas pessoas, Chris trabalhou bem com essa pressão e fez um filme espetacular. Não cabe aqui discutir atuações, conceitos, categorias. Basta dizer que tudo funciona à perfeição. Criatividade, delicadeza e coragem, características presentes nos trabalhos anteriores do cineasta, estão lá novamente.

Melhor ainda é notar o respeito do britânico com seu público. Cuidadoso ao extremo, ele contou sua história e deixou o melhor conosco, o gran finale. Ninguém deixa a sala de projeção sem pensar no que acabou de assistir. E mais: você pode decidir por A ou B e o sentido, o encaixe, terá o mesmo brilho.

Na publicação anterior deste blog, empreguei o termo "raio", dirigido pelo segurança Calo a Michael Corleone na Sicília em O Poderoso Chefão. É quando uma pessoa fica sem reação diante de algo bonito, grandioso (no caso, a italiana Apollonia). Na ocasião, pedi que em 2010 ele nos atingisse com mais frequência nos cinemas, porque no último biênio, quase não caiu.

Deu sorte. O primeiro raio deste ano me acertou em A Origem. Ou se me permitirem brincar uma vez mais, foi o primeiro "chute".

Ah, e que venha o terceiro capítulo de Batman.

3 comentários:

Elisa disse...

A Origem é um ótimo exemplo do que é um filme bom,rico.É aquele tipo de filme que faz o telespectador pensar durante horas,até dias sobre o enredo.E filmes pobres de conteúdo não possibilitam nada mais do que algumas horas de distração,não é o caso de A Origem.Ele vai além. E me causou uma extrema curiosidade sobre cada detalhe do filme e,vale destacar, a trilha sonora. A música de Édith Piaf-“Non, Je Ne Regrette Rien" cai como uma luva nas cenas dos "chutes",a letra até parece que foi feita para o filme...Mas isso é só uma das minhas interpretações,aliás quantas interpretações,mas prefiro discutí-las pessoalmente.
Resumindo: é um filmão que vale cada centavo do ingresso!

Guilherme Abreu disse...

realmente éum filme fantástico. Incrivel como o Nolan continua surpreendendo. Gosto da forma como ele trata seu publico, nao tem nada de mão beijada, mas tambem nao tem nada que fica sem explicação. É um filme que com certeza vale várias idas ao cinema

Carol disse...

Também vale ressaltar as incríveis imagens do filme. Posso dizer que por momentos me senti extasiada vendo as cenas em câmera lenta, os sonhos se desmoronando e a ausência de gravidade. Sem dúvida são de encher nossos olhos. Até hj me pego pensando sobre o filme, sinal de que realmente valeu a pena!