quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Primeiro Chute


Em 2007, figurinhas carimbadas levaram a melhor.

Em 2008, em um dos maiores feitos dos 82 anos de história da festa, venceu um filme ''pobre", independente, rodado na Índia com equipe britânica.

No ano passado, foi a vez de uma mulher e sua análise sobre a guerra sorrirem.

Muitos podem reclamar, mas poucas premiações são tão importantes quanto o Oscar.

Os indies vão dizer que trata-se, na verdade, de uma eleição e, pior ainda, com cartas marcadas. Para eles, Cannes é mais justo. Ignoram, no entanto, que na Riviera Francesa o clubinho é muito mais restrito e, portanto, antidemocrático.

Prova maior da força dos Academy Awards é o burburinho de agosto. A seis meses da entrega da estatueta, já existem comentários sobre os possíveis concorrentes.

Me juntei ao movimento e listei abaixo os candidatos prévios. Engraçado vai ser notar em fevereiro de 2011 como essa relação pode mudar.

ANOTHER YEAR - Dirigido por Mike Leigh (Simplesmente Feliz), segue a vida de um casal de meia idade com seus amigos. É o maior candidato a dramalhão do ano, no melhor estilo As Horas. Pode arrancar indicações para filme, diretor, roteiro e atores (Jim Broadbent e Imelda Staunton).

THE FIGHTER - Pode aparecer como o bom filme do ano. Biografia do boxeador Micky Ward, é dirigido por David O. Russel, o homem por trás de Três Reis. No elenco estão Mark Wahlberg, Christian Bale e Amy Adams. A Paramount vai lançá-lo no dia 10 de dezembro, logo...

BLACK SWAN - Darren Aronofsky foi muito elogiado com Réquiem para um Sonho e quase chegou lá em 2008 com O Lutador. Agora, está fortíssimo com este Black Swan. O longa narra a rivalidade entre uma veterana dançarina de balé e sua maior concorrente. Tem Natalie Portman no comando e já faz barulho desde o ano passado. Será que vai?

NEVER LET ME GO - Pode ser o britânico de sucesso de 2010. Dirigido por Mark Romanek (ironicamente, americano de Chicago), mostra o passado e o presente de três jovens educados em um internato especial na Inglaterra. À frente do cast, Keira Knightley e Carey Mulligan. Precisa de mais alguma coisa?

THE SOCIAL NETWORK - Eu discordo, mas David Fincher ganhou muitos pontos com O Curioso Caso de Benjamin Button. Agora, o cineasta lança a história dos fundadores do Facebook e os problemas que eles enfrentaram para fazer o portal funcionar. Há uma expectativa enorme nos Estados Unidos. Para mim, nada demais.

THE TREE OF LIFE - Esse sim, parece ter sido feito para receber prêmios. Diretor renomado (Terrence Malick, de Além da Linha Vermelha), Brad Pitt e Sean Penn. O roteiro é sobre uma família que perde a inocência na década de 50. E ainda tem esse título. Não duvido dessa árvore não.

SOMEWHERE - Sophia Coppola ressurge com um drama sobre um ator "porra louca" de Hollywood que repensa sua vida ao receber a visita da filha de 11 anos. É amigo, Alemanha é Alemanha.

JACK GOES BOATING - Estreia de Phillip Seymour Hoffman na direção. A trama gira em torno da vida de dois casais trabalhadores de Nova York. Pode ser a surpresa do ano.

HEREAFTER - Clint Eastwood. Desta vez, o astro mostra três pessoas tocadas de forma diferente pela morte. Peter Morgan escreve e Matt Damon puxa a fila dos atores. Como lança um filme por ano, Clint acabou se banalizando um pouco, à lá Woody Allen. No entanto, o diretor é tão acima da média que não pode ser desprezado jamais.

YOU WILL MEET A TALL DARK STRANGER - E já que falamos de Woody Allen, aqui está ele. Desta vez, a estrela hiperativa fez uma salada com vários casais em Londres. Antonio Banderas, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Freida Pinto e Naomi Watts estão no meio da confusão. O lançamento nos Estados Unidos será no fim de setembro, mas já existem rumores sobre uma boa campanha para a temporada das premiações.

A ORIGEM (INCEPTION) - Christopher Nolan já bateu na trave duas vezes, com Amnésia e O Cavaleiro das Trevas. Essa pode ser a vez do jovem cineasta. A ORIGEM foi elogiado mundo afora, mas pode ser moderno demais para os padrões da Academia.

TOY STORY 3 - Sucesso de público e crítica, com certeza será indicado a melhor filme de animação. Para chegar à categoria principal, vai precisar contar com uma boa campanha e com o fracasso de alguns concorrentes. Acho que chega lá.

Não custa lembrar que ainda falta muito tempo para o começo da briga. Ou seja, nada disso é certeza.

Por enquanto, a torcida é só uma: que o nível de 2010 seja superior ao de 2009 e 2008.

Citando O Poderoso Chefão, nos dois últimos anos, o raio me acertou poucas vezes.

4 comentários:

Ivan disse...

não vi nenhum. mas estão falando tanto d'A Origem que mal posso esperar pra ver.

Pedro P disse...

Não vi nenhum. E tá tudo com nome em inglês, então nem lançaram nenhum aqui. Aposto no Tree of Life.

Agora releia isto: "Prova maior da força dos Academy Awards é o burburinho de agosto. A seis meses da entrega da estatueta, já existem comentários sobre os possíveis concorrentes."

Filipe, essa "prova" que você mencionou não é prova nenhuma. A discussão não era sobre Cannes ser mais famoso, mas sim mais justo. A tal prova só diz que o Oscar é mais famoso. Então podemos ignorá-la.

Agora esta aqui: "Os indies vão dizer que trata-se, na verdade, de uma eleição e, pior ainda, com cartas marcadas. Para eles, Cannes é mais justo. Ignoram, no entanto, que na Riviera Francesa o clubinho é muito mais restrito e, portanto, antidemocrático."

Igualmente, a discussão aqui não é sobre ser mais ou menos "democrático", mas sobre haver ou não cartas marcadas. Logo, o fato do clubinho ser mais aberto ou mais fechado tem valor nulo contra o argumento de que os caras da Academy não votam com justiça.

Guilherme Abreu disse...

Gostei bastante de A Origem. Acho que tem força pra pegar bastante indicações: Filme, Diretor, Direção de Arte, Fotografia, Efeitos Visuais e Roteiro, dependendo de como for o ano ainda pode tentar uma edição e mixagem de som

Felipinho disse...

Nao vi mais nenhum filme desde avatar.
Odeio a engenharia.