segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quase nada mudou


- Deve haver uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé - brincou Michael Douglas no ato final do Globo de Ouro. Aos 64 anos, ele acaba de superar um câncer na garganta. Antes de anunciar a vitória de A Rede Social como melhor drama, foi saudado pelo público.

A piada do ator explica bem o impacto da cerimônia da noite passada na temporada de prêmios. Assim como Douglas, o filme de David Fincher certamente gostaria de encontrar um caminho menos penoso para chegar ao topo, neste caso, o Oscar. Ganhar nos Globos é ótimo, mas acrescenta muito pouco na corrida pela Academia.

A explicação é curta: nos últimos anos, os Golden Globes se distanciaram bastante dos Academy Awards. De 2005 pra cá, apenas uma vez o mesmo longa unificou as estatuetas - Quem Quer Ser um Milionário?, em 2008. Os Globos já foram considerados um termômetro do Oscar. Agora, soam como uma premiação pop, recheada de estrelas, com uma identidade cada vez mais particular.

Desta forma, ainda não dá pra cravar A Rede Social como o grande favorito à vitória no Kodak Theater. O Discurso do Rei é forte e O Vencedor tem potencial para crescer. Com o triunfo no Globo de Ouro, David Fincher e companhia andaram mais um pouco em direção à glória mais alta do mundo cinematográfico. Para sofrer menos até lá, eles ainda precisam passar pelo teste do PGA, Producers Guild of America, a verdeira prévia do que vai acontecer na noite de 27 de fevereiro.

Michael Douglas estava certo. Há uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Filme queimado


Hockenheim, 25 de julho. Felipe Massa lidera o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1. Na 49ª volta, a 18 do encerramento da corrida, a Ferrari rouba a cena. "Fernando é mais rápido que você", soa a voz no rádio. O piloto paulista é obrigado a ceder a posição para o companheiro, que ganha a prova.

Roma, 9 de outubro. Na semifinal do Campeonato Mundial de Vôlei Masculino, a arbitragem resolve aparecer. Auxiliares tomam partida da equipe da casa, o juiz de cadeira inverte pontos gritantes, a torcida pressiona... Tudo para a Itália derrotar o Brasil. Apesar da roubalheira, a Seleção faz 3 a 1 na Azzurra, chega à finalíssima, atropela Cuba e fatura o tri da competição.

Tóquio, 14 de novembro. No tie-break da final do Mundial de Vôlei Feminino, nova interferência do árbitro. Sheilla ataca com força e faz 8 a 6 para o Brasil. No entanto, o sul-coreano Kim Kun-Tae, apitador oficial, anula a comemoração verde-amarela e dá o ponto para a Rússia, que cresce, vence por 3 sets a 2 e levanta a taça. Curioso é que poucos dias antes do embate, o presidente da FIVB, a Federação Internacional, lamentava em entrevista a hegemonia brasileira na modalidade.

Zurique, 02 de dezembro. FIFA escolhe Rússia e Qatar para sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente. Mesmo com acusações de propina e venda de votos envolvendo membros do seu Comitê Executivo, responsável por escolher os países-sede do torneio, a entidade faz grande festa na Suíça para celebrar o "sucesso" de mais um pleito.

A eleição da FIFA coroa um ano marcado por polêmicas em diversas categorias esportivas. Jornais americanos e ingleses já bombardeiam notícias de supostos subornos de russos e qatarenses na votação da semana passada. Ainda não há provas, mas o retrospecto da temporada atual e as últimas manobras da turma de Joseph Blatter deixam até o mais inocente torcedor desconfiado.

É triste constatar que depois de uma belíssima Copa do Mundo na África do Sul, de um Campeonato Mundial de Basquete empolgante na Turquia e de uma temporada fantástica no tênis com direito a Federer x Nadal na grande decisão do ATP World Finals, tenhamos que passar Natal e Réveillon com um gosto amargo na boca.

O esporte é sujo. Não é novidade nenhuma dizer isso. Vamos torcer para que em 2011 as manchetes sobre títulos e disputas acirradas superem as armações e falcatruas dos cartolas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Yes, We Can


- Pede pra sair!

O jargão do Capitão Nascimento deveria ser dito a todos que ainda duvidam do cinema brasileiro. Apesar de vivermos um período de muito sucesso na sétima arte tupiniquim, somos obrigados a escutar diariamente a desagradável sentença "se é nacional é ruim", uma ignorância risível para quem conhece um pouquinho do assunto.

A retomada começou em 1995, cresceu com o passar dos anos 90 e foi confirmada de 2001 para cá. Hoje, já é possível identificar produções de todos os gêneros. Essa variedade é um reflexo do desenvolvimento da indústria. Com mais pessoas trabalhando, mais projetos e ideias ganham vida. Não à toa, vimos recentemente a comédia Se Eu Fosse Você, o drama/ musical Dois Filhos de Francisco, os infantis da série Tainá, os policiais de Beto Brant, o histórico Tempos de Paz, o biográfico Chico Xavier e até a ação Federal.

Para os defensores da teoria "time bom é time campeão", alguns fatos recentes para refletir...

Cidade de Deus foi indicado a quatro Oscar em 2004: diretor (Fernando Meirelles), roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), fotografia (César Charlone) e montagem (Daniel Rezende). No Globo de Ouro, brigou no prêmio filme estrangeiro. Mais importante ainda, inovou com uma linguagem ágil, contemporânea, copiada mundo afora. Meirelles, Mantovani, Charlone e Rezende são referências em todo o planeta.

1998 foi de Central do Brasil, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, o Golden Globe de produção em língua estrangeira e foi nomeado ao careca dourado na mesma categoria. De quebra, viu Fernanda Montenegro ser a melhor atriz na mostra alemã e aparecer entre as cinco primeiras nas duas premiações americanas.

Linha de Passe disputou a Palma de Ouro e fez de Sandra Corveloni a melhor atriz no Festival de Cannes em 2008.

Também em 2008, Tropa de Elite papou o Urso dourado.

É igualmente impossível ignorar O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (competiu em Berlim em 2007), Abril Despedaçado (finalista nos Globos em 2002) e as indicações ao Academy Award de O Quatrilho (1995) e O Que é Isso Companheiro? (1997).

Por fim, o público aprovou o suor dos nossos cineastas. De Lisbela e o Prisioneiro a Nosso Lar, o número de bilhetes vendidos só aumentou. Tropa de Elite 2 reforça a tese. A espera pela sequência foi digna de Hollywood, com direito a ansiedade e campanha publicitária forte. Quando a película tomou as salas de exibição, converteu-se em mais um fenômeno.



Mesmo assim, ainda precisamos ouvir aquela baboseira sobre a qualidade dos nossos longas. O famoso Complexo de Vira-Lata, imortalizado por Nélson Rodrigues, permanece bem vivo. Até quando as pessoas vão torcer o nariz?

Se você não concorda com os argumentos apresentados até agora, faça outro teste.

Confira Tropa de Elite 2, produto mais recente dessa safra. Note com cuidado o trabalho minucioso feito com todo o som, mixagem e edição. Repare na fotografia e na montagem, fundamentais para contar a história de José Padilha. Depois pense se a trama deixa a desejar quando comparada a uma norte-americana ou europeia.

O cinema brasileiro renasceu há muito tempo. Só não enxerga quem não quer.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cada vez mais forte


Poucos diretores são tão cultuados como David Fincher. Culpa de Seven e Clube da Luta. Criativos e inegavelmente impactantes, esses filmes o transformaram em um dos nomes mais promissores de Hollywood no fim da década passada.

Apesar do sucesso alcançado nos anos 90, Finch demorou para entrar no clubinho das premiações. Só em 2009 foi indicado ao Oscar pela primeira vez, com O Curioso Caso de Benjamin Button. Mesmo com uma campanha robusta da Warner, o roteiro do homem que rejuvenesce com o passar do tempo ficou pelo caminho e perdeu a corrida para Quem Quer Ser um Milionário.

Seria no mínimo irônico, para não dizer uma derrota, ver um cineasta marcado pela originalidade ganhar a Academia com uma produção repleta de fórmulas para fazer sucesso. Benjamin Button não era, definitivamente, o melhor tiro de Davey.

Duas temporadas se foram e, agora sim, o moço de Denver parece ter acertado em cheio. A Rede Social (The Social Network) é o grande destaque de 2010 até o momento. Críticos estão rendidos, público encantado e o caminho para os tapetes vermelhos já está construído.



Curioso é notar que, a princípio, a trama não tem nada demais. Trata-se da história da criação do Facebook e como isso alterou a vida de todos envolvidos naquele projeto. Para os mais exaltados, o longa tem um quê de American Graffiti e outro de Cidadão Kane, um pé na perda da inocência e outro na dificuldade ao lidar com o poder.

Segundo a Entertainment Weekly, indicações para filme, diretor, roteiro adaptado, ator e ator coadjuvante são certeza. A Focus Features ainda tenta ir mais longe: quer emplacar três nomeações a coadjuvante - em todos os tempos, isso só aconteceu com Sindicato dos Ladrões, O Poderoso Chefão e O Poderoso Chefão II.

A Rede Social se tornou, então, uma grande barbada?

Ainda é cedo para dizer. Há vida na concorrência.

Ao retratar a luta do rei George VI para superar um problema na fala e liderar o povo inglês na Segunda Guerra Mundial, The King's Speech desponta como um dos mais belos trabalhos de 2010. Já venceu o Festival de Toronto.

A popularidade ímpar de Christopher Nolan e a força de A Origem são uma ameaça constante, especialmente porque Chris foi ignorado em 2008 com o excelente O Cavaleiro das Trevas.

Clint Eastwood parece de volta aos seus melhores dias em Hereafter.

Danny Boyle gostou de ser protagonista e promete muito em 127 Horas, biografia do alpinista Aron Ralston.

E tem ainda Darren Aronofsky em Cisne Negro e os irmãos Coen (de novo!) em True Grit.

Portanto, não dá pra prever que esta é a vez de David Fincher. No entanto, ele nunca esteve tão perto da estatueta mais cobiçada do planeta.

sábado, 28 de agosto de 2010

Até onde ele vai?


Você deve se lembrar do final de O Cavaleiro das Trevas. O monólogo avassalador do Comissário Gordon, delicadamente coberto por imagens escolhidas a dedo, construiu uma das cenas mais marcantes do cinema nos últimos anos.

O sucesso do homem-morcego ratificou Christopher Nolan como um dos maiores diretores de Hollywood na atualidade. Méritos não faltaram para isso. Da cabeça dele saíram Amnésia, Insônia, Batman Begins, O Grande Truque e a segunda aventura do herói mascarado.

Desta forma, era natural que a expectativa para A Origem fosse das maiores. O decantado Nolan, reconhecido como um homem criativo, escreveu um roteiro original, reuniu sua competente trupe novamente (o montador Lee Smith, o fotógrafo Wally Pfister, o compositor Hanz Zimmer) e contratou um elenco de primeira.

Como poucas pessoas, Chris trabalhou bem com essa pressão e fez um filme espetacular. Não cabe aqui discutir atuações, conceitos, categorias. Basta dizer que tudo funciona à perfeição. Criatividade, delicadeza e coragem, características presentes nos trabalhos anteriores do cineasta, estão lá novamente.

Melhor ainda é notar o respeito do britânico com seu público. Cuidadoso ao extremo, ele contou sua história e deixou o melhor conosco, o gran finale. Ninguém deixa a sala de projeção sem pensar no que acabou de assistir. E mais: você pode decidir por A ou B e o sentido, o encaixe, terá o mesmo brilho.

Na publicação anterior deste blog, empreguei o termo "raio", dirigido pelo segurança Calo a Michael Corleone na Sicília em O Poderoso Chefão. É quando uma pessoa fica sem reação diante de algo bonito, grandioso (no caso, a italiana Apollonia). Na ocasião, pedi que em 2010 ele nos atingisse com mais frequência nos cinemas, porque no último biênio, quase não caiu.

Deu sorte. O primeiro raio deste ano me acertou em A Origem. Ou se me permitirem brincar uma vez mais, foi o primeiro "chute".

Ah, e que venha o terceiro capítulo de Batman.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Primeiro Chute


Em 2007, figurinhas carimbadas levaram a melhor.

Em 2008, em um dos maiores feitos dos 82 anos de história da festa, venceu um filme ''pobre", independente, rodado na Índia com equipe britânica.

No ano passado, foi a vez de uma mulher e sua análise sobre a guerra sorrirem.

Muitos podem reclamar, mas poucas premiações são tão importantes quanto o Oscar.

Os indies vão dizer que trata-se, na verdade, de uma eleição e, pior ainda, com cartas marcadas. Para eles, Cannes é mais justo. Ignoram, no entanto, que na Riviera Francesa o clubinho é muito mais restrito e, portanto, antidemocrático.

Prova maior da força dos Academy Awards é o burburinho de agosto. A seis meses da entrega da estatueta, já existem comentários sobre os possíveis concorrentes.

Me juntei ao movimento e listei abaixo os candidatos prévios. Engraçado vai ser notar em fevereiro de 2011 como essa relação pode mudar.

ANOTHER YEAR - Dirigido por Mike Leigh (Simplesmente Feliz), segue a vida de um casal de meia idade com seus amigos. É o maior candidato a dramalhão do ano, no melhor estilo As Horas. Pode arrancar indicações para filme, diretor, roteiro e atores (Jim Broadbent e Imelda Staunton).

THE FIGHTER - Pode aparecer como o bom filme do ano. Biografia do boxeador Micky Ward, é dirigido por David O. Russel, o homem por trás de Três Reis. No elenco estão Mark Wahlberg, Christian Bale e Amy Adams. A Paramount vai lançá-lo no dia 10 de dezembro, logo...

BLACK SWAN - Darren Aronofsky foi muito elogiado com Réquiem para um Sonho e quase chegou lá em 2008 com O Lutador. Agora, está fortíssimo com este Black Swan. O longa narra a rivalidade entre uma veterana dançarina de balé e sua maior concorrente. Tem Natalie Portman no comando e já faz barulho desde o ano passado. Será que vai?

NEVER LET ME GO - Pode ser o britânico de sucesso de 2010. Dirigido por Mark Romanek (ironicamente, americano de Chicago), mostra o passado e o presente de três jovens educados em um internato especial na Inglaterra. À frente do cast, Keira Knightley e Carey Mulligan. Precisa de mais alguma coisa?

THE SOCIAL NETWORK - Eu discordo, mas David Fincher ganhou muitos pontos com O Curioso Caso de Benjamin Button. Agora, o cineasta lança a história dos fundadores do Facebook e os problemas que eles enfrentaram para fazer o portal funcionar. Há uma expectativa enorme nos Estados Unidos. Para mim, nada demais.

THE TREE OF LIFE - Esse sim, parece ter sido feito para receber prêmios. Diretor renomado (Terrence Malick, de Além da Linha Vermelha), Brad Pitt e Sean Penn. O roteiro é sobre uma família que perde a inocência na década de 50. E ainda tem esse título. Não duvido dessa árvore não.

SOMEWHERE - Sophia Coppola ressurge com um drama sobre um ator "porra louca" de Hollywood que repensa sua vida ao receber a visita da filha de 11 anos. É amigo, Alemanha é Alemanha.

JACK GOES BOATING - Estreia de Phillip Seymour Hoffman na direção. A trama gira em torno da vida de dois casais trabalhadores de Nova York. Pode ser a surpresa do ano.

HEREAFTER - Clint Eastwood. Desta vez, o astro mostra três pessoas tocadas de forma diferente pela morte. Peter Morgan escreve e Matt Damon puxa a fila dos atores. Como lança um filme por ano, Clint acabou se banalizando um pouco, à lá Woody Allen. No entanto, o diretor é tão acima da média que não pode ser desprezado jamais.

YOU WILL MEET A TALL DARK STRANGER - E já que falamos de Woody Allen, aqui está ele. Desta vez, a estrela hiperativa fez uma salada com vários casais em Londres. Antonio Banderas, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Freida Pinto e Naomi Watts estão no meio da confusão. O lançamento nos Estados Unidos será no fim de setembro, mas já existem rumores sobre uma boa campanha para a temporada das premiações.

A ORIGEM (INCEPTION) - Christopher Nolan já bateu na trave duas vezes, com Amnésia e O Cavaleiro das Trevas. Essa pode ser a vez do jovem cineasta. A ORIGEM foi elogiado mundo afora, mas pode ser moderno demais para os padrões da Academia.

TOY STORY 3 - Sucesso de público e crítica, com certeza será indicado a melhor filme de animação. Para chegar à categoria principal, vai precisar contar com uma boa campanha e com o fracasso de alguns concorrentes. Acho que chega lá.

Não custa lembrar que ainda falta muito tempo para o começo da briga. Ou seja, nada disso é certeza.

Por enquanto, a torcida é só uma: que o nível de 2010 seja superior ao de 2009 e 2008.

Citando O Poderoso Chefão, nos dois últimos anos, o raio me acertou poucas vezes.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Se merecem


Cinco estrelas no peito não foram suficientes para fazer o Brasil de Dunga jogar pra frente, encurralar os adversários, pressionar, buscar a vitória.

A tríplice coroa de Cambiasso e Zanetti na Inter de Milão não impressionou Maradona, que preteriu a dupla e até tentou jogar no ataque, mas naufragou com uma defesa risível.

À Inglaterra, faltaram criatividade e ímpeto ofensivo.

Na França, um técnico estúpido não soube montar um time e o esporte deu lugar à baderna.

Portugal mostrou o que dele se esperava: uma equipe média, na retranca, com um craque, Cristiano Ronaldo.

A Alemanha chegou a encantar, porém decidiu defender no momento decisivo e foi engolida pela Espanha.

Cada uma à sua maneira, essas seleções, sempre favoritas ao título mundial, fracassaram na África do Sul.

É triste ver a derrota alemã, já que a Mannschaft jogou bem nas goleadas sobre Inglaterra e Argentina. No entanto, na hora de confirmar sua soberania, faltou coragem, se fechou e perdeu.

A tristeza germânica, contudo, dá lugar à alegria espanhola.

Sim, a Fúria chegou. E com um futebol bonito, envolvente, repleto de posse de bola, tabelas, inversões, sempre em busca da vitória.

Sim, a Fúria chegou. E um dos maiores méritos deste selecionado é combinar sempre as ótimas opções sem perder jamais o faro de gol. Villa, Torres, Xavi, Iniesta, Fàbregas, Pedro, David Silva, Xabi Alonso... Del Bosque é perfeito ao mesclar os jogadores e manter o ritmo e a forma de jogar desta Espanha.

Sim, a Fúria chegou. E uma hora a fama de amarelona iria acabar. Com todos os méritos, La Roja está lá. Foi campeã da Euro 2008, fez 100% de aproveitamento nas eliminatórias, conteve a euforia e vai entrar em campo na final da Copa do Mundo.

Os espanhóis terão pela frente uma fortíssima Holanda, outra seleção que dá gosto. Pode não ser plástica quanto a rival de domingo, mas é objetiva demais. Todas as jogadas da Laranja Mecânica passam pelos pés dos craques Sneijder e Robben. A vontade de ganhar não é abandonada em momento algum.

Não é gostoso ver o desfecho de uma Copa sem o Brasil, mas poucas vezes isso foi tão (dolorosamente) justo. Espanha e Holanda merecem esta decisão. Venceu o bom futebol.