terça-feira, 5 de abril de 2011

Impressionante


Quando batia bola aos oito anos de idade em Belgrado, então capital da Iugoslávia, o jovem Novak Djokovic sonhava que era o grande campeão de Wimbledon. Elegante no jogo e no uniforme, ele dominava os rivais na grama londrina e levantava a taça na lendária Quadra Central do All-England Club. Aquele menino já queria conquistar o mundo do tênis, mas nem de perto imaginava até onde iria chegar.

24 vitórias em 24 partidas. De tão imponente, a marca estabelecida por Nole em 2011 assusta. O sérvio foi campeão no Aberto da Austrália, no ATP 500 de Dubai e nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami. Desde 1986, um ano antes dele nascer, ninguém tinha um começo de temporada tão arrasador. Naquela época, Ivan Lendl ganhou os primeiros 25 confrontos que fez.

Os números impactantes são a maior conseqüência da ótima fase vivida pelo tenista. Há quase doze meses, depois de perder de maneira frustrante nos Masters dos Estados Unidos, Djoko foi considerado carta fora do baralho. Pra muita gente, tinha rendido tudo o que podia. Sem tempo para sentimentalismo, ele demitiu o técnico Todd Martin e ficou apenas com Marian Vajda, que o acompanha desde muito jovem.

A dupla começou a trabalhar duro e os resultados apareceram. Novak fez um ótimo segundo semestre em 2010, fechando o ano com o triunfo na Copa Davis em casa em uma final espetacular contra a França. Com a confiança em alta, ele mudou. Praticamente todos os golpes do atleta melhoraram. O forehand tornou-se uma verdadeira patada. O backhand é agora uma arma letal, especialmente o chapado na paralela. O serviço evoluiu e as curtinhas ganharam inteligência. Nessa toada, Djokovic cresceu e venceu. Com todo merecimento, é hoje o melhor jogador do mundo. Lembram dos números? Comprovam essa ascensão.

A pergunta do momento é se o sérvio será capaz de alcançar a liderança do ranking da ATP. Segundo colocado na lista, ele precisa derrubar Rafael Nadal no saibro europeu para chegar lá. Se bater o espanhol na terra batida, terá superado todas as barreiras e poderá acreditar no título em Wimbledon – o Slam inglês é realizado logo depois de Roland Garros. Nada mal para quem já achou que essa chance não passava de um sonho de criança.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mais uma lição


Confesso: quando Kathryn Bigelow anunciou o Oscar de melhor diretor para Tom Hooper, bateu uma sensação de tristeza. Nada contra o homem responsável por O Discurso do Rei nem objeção nenhuma ao longa-metragem dele. O problema era a derrota de David Fincher. Apesar dos exageros dos alternativos de plantão, Finchy é um ótimo cineasta, foi muito competente em A Rede Social e merecia aquela estatueta.

O insucesso de Fincher foi a única surpresa verdadeira preparada pela Academia. A previsibilidade desta temporada lembrou 2008, quando Quem Quer Ser um Milionário? limpou a festa sem deixar sobras pra ninguém. Azar dos interessados em uma noite de emoção. Sorte dos fiéis apostadores dos bolões - o oráculo de Ana Maria Bahiana no UOL Cinema adivinhou 20 vencedores!

Já era previsto que O Discurso do Rei ficaria com o prêmio de filme do ano e seria reconhecido entre os roteiros originais, subjugando Christopher Nolan em A Origem. O triunfo de Tom Hooper sobre David Fincher entre os diretores consolidou a vitória da produção britânica, que ainda viu Colin Firth ganhar entre os atores (com todo mérito do mundo) e, desta forma, levou a melhor nas quatro categorias de maior prestígio.

Não faço coro com a oposição a O Discurso do Rei. Pelo contrário, gostei da biografia de George VI, correta em todos os aspectos, focada em um protagonista traumatizado obrigado a superar seus problemas e com um final clássico, edificante. É um belo trabalho, a cara do Oscar. Nesse sentido, nada mais correto do que ser eleito o grande filme de 2010. Concorrentes como A Origem e Cisne Negro eram sim mais corajosos, inteligentes, desafiadores e, por que não?, geniais. No entanto, como eram cartas fora do baralho e o monarca inglês brigava contra A Rede Social, a vitória dele é aceitável.

A Rede Social merece uma análise particular. David Fincher e a Focus Features acertaram a mão, mas todo o projeto parece pequeno quando comparado aos adversários do último domingo. Se deveria ficar com uma estatueta, era roteiro adaptado (ufa!). O manuscrito, focado no diálogo, é brilhante. Quem já tentou escrever um script sabe como é duro costurar as falas. Ponto para Aaron Sorkin.



Também vale ressaltar a justa premiação de Natalie Portman, Christian Bale e Melissa Leo nas categorias de atuação. Ao lado de Colin Firth, eles fizeram um quarteto digno, de altíssimo nível. Não por acaso, ganharam tudo, dos Globos de Ouro ao Academy Award.

No fim das contas, é inevitável não pensar que a Academia poderia ser um pouco mais ousada e valorizar realizações como A Origem e Cisne Negro, enxergar nomes como Christopher Nolan e Darren Aronofsky. Entretanto, essa lição nos é ensinada anualmente e nós gostamos de ser reprovados. O Oscar é pragmático e conservador. Tudo indica que esse perfil não vai mudar. E convenhamos, ele vale muito mesmo assim, não é?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Galo 2011


A cena se repetiu várias vezes. O torcedor do Atlético comparecia à Arena do Jacaré, apoiava durante a partida e quando sentia a necessidade de mudança na equipe, olhava para o banco de reservas e fazia cara feia. Com um elenco raso em 2010, o Galo sofreu no Brasileirão, mas sobreviveu. Para 2011, esse problema parece ter sido resolvido.

Desde o último mês de dezembro, a diretoria adotou um discurso correto sobre a obrigação de qualificar o plantel para disputar títulos no ano novo. Culpa do grupo pouco confiável montado por Vanderlei Luxemburgo na temporada passada. Quando não podia contar com Zé Luís ou Serginho, o clube tinha que recorrer a Alê, Fabiano ou Méndez. Na defesa, Rafael Cruz, Diego Macedo, Cáceres, Campos e Fernandinho foram verdadeiros fracassos. Para piorar, as seguidas lesões de Diego Tardelli, Daniel Carvalho e Ricardinho atrapalharam ainda mais. Diante disso, fica difícil não dizer que os cartolas atleticanos fizeram a coisa certa.

Com um moral altíssimo conquistado dentro de campo, Dorival Júnior dispensou alguns atletas e recebeu reforços pontuais, escolhidos a dedo pelo técnico em parceria com o diretor de futebol Eduardo Maluf e o presidente Alexandre Kalil. Para o gol, chegaram Giovanni e Lee. Na defesa, as contratações foram o lateral-direito Patric e o zagueiro Leonardo Silva. Richarlyson e Toró são as caras novas do meio-campo. No setor ofensivo, quatro novidades: Mancini, Jóbson, Magno Alves e Wesley.

É verdade que algumas negociações inspiram mais dúvidas que certezas. Jóbson pode ser punido pelo CAS por uso de cocaína e, desta forma, ser suspenso por até dois anos. Mancini não joga em alto nível há duas temporadas. Patric e Wesley fizeram ótimos Campeonatos Brasileiros por Avaí e Prudente respectivamente, porém são apostas da comissão técnica. Mesmo assim, seria uma tremenda ignorância não reconhecer que o Atlético melhorou.

Pela primeira vez, Dorival Júnior terá a chance de armar pelo menos três formações diferentes para o time. Fã do 4-3-3, o treinador deve começar o Campeonato Mineiro nesse esquema, com Réver e Leonardo Silva na zaga, Richarlyson, Serginho e Renan Oliveira no meio e um ataque rápido sustentado por Jóbson, Diego Tardelli e Ricardo Bueno (substituto de Obina). O 4-4-2 deve ser a carta na manga do comandante, em três versões: uma de velocidade, outra de toque de bola e uma mais pegada, com um trio de volantes.



O Galo 2011 está longe de ser uma Seleção. Entretanto, já é, no papel, o mais forte desde 2001, quando tinha Guilherme, Marques, Valdo, Ramón, Lincoln, Gilberto Silva, Djair, Cleisson, Felipe e Velloso. Apesar destas estrelas, aquele alvinegro foi vice-campeão estadual e caiu na semifinal do Brasileiro. Fica a torcida para que neste ano o desfecho seja mais feliz. Dá pra acreditar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quase nada mudou


- Deve haver uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé - brincou Michael Douglas no ato final do Globo de Ouro. Aos 64 anos, ele acaba de superar um câncer na garganta. Antes de anunciar a vitória de A Rede Social como melhor drama, foi saudado pelo público.

A piada do ator explica bem o impacto da cerimônia da noite passada na temporada de prêmios. Assim como Douglas, o filme de David Fincher certamente gostaria de encontrar um caminho menos penoso para chegar ao topo, neste caso, o Oscar. Ganhar nos Globos é ótimo, mas acrescenta muito pouco na corrida pela Academia.

A explicação é curta: nos últimos anos, os Golden Globes se distanciaram bastante dos Academy Awards. De 2005 pra cá, apenas uma vez o mesmo longa unificou as estatuetas - Quem Quer Ser um Milionário?, em 2008. Os Globos já foram considerados um termômetro do Oscar. Agora, soam como uma premiação pop, recheada de estrelas, com uma identidade cada vez mais particular.

Desta forma, ainda não dá pra cravar A Rede Social como o grande favorito à vitória no Kodak Theater. O Discurso do Rei é forte e O Vencedor tem potencial para crescer. Com o triunfo no Globo de Ouro, David Fincher e companhia andaram mais um pouco em direção à glória mais alta do mundo cinematográfico. Para sofrer menos até lá, eles ainda precisam passar pelo teste do PGA, Producers Guild of America, a verdeira prévia do que vai acontecer na noite de 27 de fevereiro.

Michael Douglas estava certo. Há uma forma mais fácil de ser aplaudido de pé.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Filme queimado


Hockenheim, 25 de julho. Felipe Massa lidera o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1. Na 49ª volta, a 18 do encerramento da corrida, a Ferrari rouba a cena. "Fernando é mais rápido que você", soa a voz no rádio. O piloto paulista é obrigado a ceder a posição para o companheiro, que ganha a prova.

Roma, 9 de outubro. Na semifinal do Campeonato Mundial de Vôlei Masculino, a arbitragem resolve aparecer. Auxiliares tomam partida da equipe da casa, o juiz de cadeira inverte pontos gritantes, a torcida pressiona... Tudo para a Itália derrotar o Brasil. Apesar da roubalheira, a Seleção faz 3 a 1 na Azzurra, chega à finalíssima, atropela Cuba e fatura o tri da competição.

Tóquio, 14 de novembro. No tie-break da final do Mundial de Vôlei Feminino, nova interferência do árbitro. Sheilla ataca com força e faz 8 a 6 para o Brasil. No entanto, o sul-coreano Kim Kun-Tae, apitador oficial, anula a comemoração verde-amarela e dá o ponto para a Rússia, que cresce, vence por 3 sets a 2 e levanta a taça. Curioso é que poucos dias antes do embate, o presidente da FIVB, a Federação Internacional, lamentava em entrevista a hegemonia brasileira na modalidade.

Zurique, 02 de dezembro. FIFA escolhe Rússia e Qatar para sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente. Mesmo com acusações de propina e venda de votos envolvendo membros do seu Comitê Executivo, responsável por escolher os países-sede do torneio, a entidade faz grande festa na Suíça para celebrar o "sucesso" de mais um pleito.

A eleição da FIFA coroa um ano marcado por polêmicas em diversas categorias esportivas. Jornais americanos e ingleses já bombardeiam notícias de supostos subornos de russos e qatarenses na votação da semana passada. Ainda não há provas, mas o retrospecto da temporada atual e as últimas manobras da turma de Joseph Blatter deixam até o mais inocente torcedor desconfiado.

É triste constatar que depois de uma belíssima Copa do Mundo na África do Sul, de um Campeonato Mundial de Basquete empolgante na Turquia e de uma temporada fantástica no tênis com direito a Federer x Nadal na grande decisão do ATP World Finals, tenhamos que passar Natal e Réveillon com um gosto amargo na boca.

O esporte é sujo. Não é novidade nenhuma dizer isso. Vamos torcer para que em 2011 as manchetes sobre títulos e disputas acirradas superem as armações e falcatruas dos cartolas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Yes, We Can


- Pede pra sair!

O jargão do Capitão Nascimento deveria ser dito a todos que ainda duvidam do cinema brasileiro. Apesar de vivermos um período de muito sucesso na sétima arte tupiniquim, somos obrigados a escutar diariamente a desagradável sentença "se é nacional é ruim", uma ignorância risível para quem conhece um pouquinho do assunto.

A retomada começou em 1995, cresceu com o passar dos anos 90 e foi confirmada de 2001 para cá. Hoje, já é possível identificar produções de todos os gêneros. Essa variedade é um reflexo do desenvolvimento da indústria. Com mais pessoas trabalhando, mais projetos e ideias ganham vida. Não à toa, vimos recentemente a comédia Se Eu Fosse Você, o drama/ musical Dois Filhos de Francisco, os infantis da série Tainá, os policiais de Beto Brant, o histórico Tempos de Paz, o biográfico Chico Xavier e até a ação Federal.

Para os defensores da teoria "time bom é time campeão", alguns fatos recentes para refletir...

Cidade de Deus foi indicado a quatro Oscar em 2004: diretor (Fernando Meirelles), roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), fotografia (César Charlone) e montagem (Daniel Rezende). No Globo de Ouro, brigou no prêmio filme estrangeiro. Mais importante ainda, inovou com uma linguagem ágil, contemporânea, copiada mundo afora. Meirelles, Mantovani, Charlone e Rezende são referências em todo o planeta.

1998 foi de Central do Brasil, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, o Golden Globe de produção em língua estrangeira e foi nomeado ao careca dourado na mesma categoria. De quebra, viu Fernanda Montenegro ser a melhor atriz na mostra alemã e aparecer entre as cinco primeiras nas duas premiações americanas.

Linha de Passe disputou a Palma de Ouro e fez de Sandra Corveloni a melhor atriz no Festival de Cannes em 2008.

Também em 2008, Tropa de Elite papou o Urso dourado.

É igualmente impossível ignorar O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (competiu em Berlim em 2007), Abril Despedaçado (finalista nos Globos em 2002) e as indicações ao Academy Award de O Quatrilho (1995) e O Que é Isso Companheiro? (1997).

Por fim, o público aprovou o suor dos nossos cineastas. De Lisbela e o Prisioneiro a Nosso Lar, o número de bilhetes vendidos só aumentou. Tropa de Elite 2 reforça a tese. A espera pela sequência foi digna de Hollywood, com direito a ansiedade e campanha publicitária forte. Quando a película tomou as salas de exibição, converteu-se em mais um fenômeno.



Mesmo assim, ainda precisamos ouvir aquela baboseira sobre a qualidade dos nossos longas. O famoso Complexo de Vira-Lata, imortalizado por Nélson Rodrigues, permanece bem vivo. Até quando as pessoas vão torcer o nariz?

Se você não concorda com os argumentos apresentados até agora, faça outro teste.

Confira Tropa de Elite 2, produto mais recente dessa safra. Note com cuidado o trabalho minucioso feito com todo o som, mixagem e edição. Repare na fotografia e na montagem, fundamentais para contar a história de José Padilha. Depois pense se a trama deixa a desejar quando comparada a uma norte-americana ou europeia.

O cinema brasileiro renasceu há muito tempo. Só não enxerga quem não quer.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cada vez mais forte


Poucos diretores são tão cultuados como David Fincher. Culpa de Seven e Clube da Luta. Criativos e inegavelmente impactantes, esses filmes o transformaram em um dos nomes mais promissores de Hollywood no fim da década passada.

Apesar do sucesso alcançado nos anos 90, Finch demorou para entrar no clubinho das premiações. Só em 2009 foi indicado ao Oscar pela primeira vez, com O Curioso Caso de Benjamin Button. Mesmo com uma campanha robusta da Warner, o roteiro do homem que rejuvenesce com o passar do tempo ficou pelo caminho e perdeu a corrida para Quem Quer Ser um Milionário.

Seria no mínimo irônico, para não dizer uma derrota, ver um cineasta marcado pela originalidade ganhar a Academia com uma produção repleta de fórmulas para fazer sucesso. Benjamin Button não era, definitivamente, o melhor tiro de Davey.

Duas temporadas se foram e, agora sim, o moço de Denver parece ter acertado em cheio. A Rede Social (The Social Network) é o grande destaque de 2010 até o momento. Críticos estão rendidos, público encantado e o caminho para os tapetes vermelhos já está construído.



Curioso é notar que, a princípio, a trama não tem nada demais. Trata-se da história da criação do Facebook e como isso alterou a vida de todos envolvidos naquele projeto. Para os mais exaltados, o longa tem um quê de American Graffiti e outro de Cidadão Kane, um pé na perda da inocência e outro na dificuldade ao lidar com o poder.

Segundo a Entertainment Weekly, indicações para filme, diretor, roteiro adaptado, ator e ator coadjuvante são certeza. A Focus Features ainda tenta ir mais longe: quer emplacar três nomeações a coadjuvante - em todos os tempos, isso só aconteceu com Sindicato dos Ladrões, O Poderoso Chefão e O Poderoso Chefão II.

A Rede Social se tornou, então, uma grande barbada?

Ainda é cedo para dizer. Há vida na concorrência.

Ao retratar a luta do rei George VI para superar um problema na fala e liderar o povo inglês na Segunda Guerra Mundial, The King's Speech desponta como um dos mais belos trabalhos de 2010. Já venceu o Festival de Toronto.

A popularidade ímpar de Christopher Nolan e a força de A Origem são uma ameaça constante, especialmente porque Chris foi ignorado em 2008 com o excelente O Cavaleiro das Trevas.

Clint Eastwood parece de volta aos seus melhores dias em Hereafter.

Danny Boyle gostou de ser protagonista e promete muito em 127 Horas, biografia do alpinista Aron Ralston.

E tem ainda Darren Aronofsky em Cisne Negro e os irmãos Coen (de novo!) em True Grit.

Portanto, não dá pra prever que esta é a vez de David Fincher. No entanto, ele nunca esteve tão perto da estatueta mais cobiçada do planeta.